RELATOS & RUMORES

sábado, 26 de abril de 2008

Mistérios da água e o futuro de um recurso escasso
Holly Hubbard Preston, do Herald Tribune
A escassez de água está se tornando um problema de proporções globais. No mês passado, 2.000 agricultores na Índia foram presos por roubarem água; o governo regional da província espanhola da Catalunha anunciou que importará água por embarcações e trens a partir de maio para ser capaz de atender à demanda do verão; a Comissão de Água de Queensland, na Austrália, impôs aos seus consumidores as restrições mais rígidas até hoje ao consumo de água; e em Atlanta, no Estado da Geórgia, os moradores moveram um processo judicial contra a prefeitura devido aos problemas nas tubulações de água e nos sistema de esgoto da cidade.Segundo o Instituto Mundial da Água, apenas 2,5% da água de superfície e subterrânea do planeta está acessível para o uso humano. Este recurso finito, mantido pelo ciclo hidrológico da Terra, é utilizado para tudo, desde as redes de água potável até os sistemas de saneamento, da agricultura aos processos industriais. Prejudicadas pelo uso excessivo, poluição e infra-estrutura ineficiente, bem como por fenômenos naturais como secas, as reservas de água para a humanidade estão chegando ao limite.
Em um relatório do mês passado, o banco de investimentos J.P. Morgan advertiu para o risco crescente que a falta de água representa para as companhias. O relatório incluiu dados do Instituto de Recursos Mundiais segundo os quais metade do planeta já enfrenta tensões referente à água, ou a deterioração qualitativa ou quantitativa dos recursos de água doce, ou mesmo a escassez de reservas.
O banco, ecoando numerosas entidades que acompanham essa questão, citou três fatores principais para o desequilíbrio entre oferta e demanda, incluindo o crescimento demográfico, a urbanização e a mudança climática.
Segundo Antoine Frerot, diretor-executivo da Veolia Water, em Paris, todas as tecnologias e processos necessários para resolver o problema diretamente - transformando água de esgotos em água potável - estão disponíveis. "Essas tecnologias já existem. E a água usada está lá onde precisamos dela, rio abaixo, após as cidades. Isso evitaria o uso excessivo de água doce", afirma Frerot.

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